Ingressos já estão à
venda no Shopping Cidade para atração, que chega a BH no início do
ano
Varekai, o espetáculo do
Cirque du Soleil em cartaz no Brasil, prova, mais uma vez, que a
companhia canadense combina bem estética, técnica e marketing.
Atualmente apresentada em São Paulo e com estreia em Belo Horizonte
prevista para 19 de janeiro, a montagem dirigida por Dominic Champagne
segue à risca tal fórmula. A reação emocionada da plateia mostra que
o mix dá certo. Assim como Alegría e Quidam – outros shows já
apresentados no país –, Varekai impressiona pelas cores e pela música,
mas sobretudo pela suavidade das técnicas que ganham o palco. Aliás,
é esse o diferencial do Cirque du Soleil há mais de 20 anos.
Com 150 minutos e um intervalo, Varekai é a costura de 13 números
circenses em narrativa sobre o mito de Ícaro. A criatura de asas
quebradas cai dentro de um vulcão e lá conhece um onírico mundo
paralelo à la Sonhos de uma noite de verão, de Shakespeare. A queda é
representada por belo número da técnica de pano, mas em rede de pesca.
Enquanto Ícaro tenta encontrar novas formas de sobrevivência naquele
lugar de seres estranhos, depara com palhaços, trapezistas e
contorcionistas.
“Somos um circo fundado no lado humano. Investimos na emoção, em vez
de números bonitos acrobaticamente que não significam nada. As
acrobacias são as nossas cores. Quando a pessoa olha para um ato,
aquilo diz algo. Isso nos faz diferentes e, ao mesmo tempo, é o nosso
desafio até hoje”, comenta Sylvie Galarneau, diretora artística da
trupe canadense há 20 anos. Ela é responsável por garantir a unidade
do espetáculo.
Elegância Varekai foi criado 2002 e passou por 65 cidades de 18 países.
Se comparado a Quidam
, montagem apresentada em BH há dois anos, os números aéreos são
mais tradicionais, embora de técnica apuradíssima. “Nossa missão é
passar ao público a impressão de que o que estamos fazendo é muito fácil
e elegante. Não é fácil, mas bonito e forte ao mesmo tempo”, diz a
ex-ginasta e trapezista Stella Umeh, uma das quatro artistas responsáveis
pelo número do trapézio triplo. Ela divide as barras com as
brasileiras Michelle Ramos e Natália Presser. O carioca Rafael Botelho,
responsável pelo número das muletas, completa o time brasileiro.
Os palhaços ganharam mais espaço em Varekai. O cenário é composto
por mastros de 4,5m a 10m de altura, que representam a floresta. O
palco, com quase 13m, tem cinco alçapões, duas plataformas giratórias
e um elevador. A trilha sonora mistura sons de rituais havaianos, canções
de trovadores franceses, melodias armênias e música gospel.
Império
A tenda do Cirque du Soleil exibe bandeiras de todas as nacionalidades
presentes no espetáculo. Com quatro mil funcionários e 24 shows
circulando o planeta, trata-se de um império praticamente autosustentável.
Só a equipe de Varekai inclui 150 pessoas de 25 nacionalidades, com 53
artistas. “São dançarinos, cantores, skatistas, pintores, atletas,
ginastas. Essas pessoas têm a chance de fazer um show que acredito não
ocorrer facilmente em outros palcos por aí. Eles têm que se misturar,
gostando ou não. A multiplicidade é o nosso plus”, comenta Sylvie
Galarneau.
Em Belo Horizonte, a tenda do Cirque du Soleil será montada na
Pampulha, em terreno vazio ao lado da Toca da Raposa 1. Assim como
ocorreu em outras passagens da trupe pela capital mineira, o local será
totalmente sinalizado, além de contar com estacionamento, banheiros e
lanchonete.
A companhia usa 68 caminhões, que servem de restaurante, lavanderia,
escritório, escola e oficina mecânica, além da tenda para 2.612
espectadores. Os banheiros são excepcionalmente alugados em cada cidade
por causa das diferenças culturais. Na Ásia, por exemplo, os sanitários
ficam no chão. Fora isso, tudo é produzido por equipe própria, mas
com auxiliares contratados nas cidades por onde a trupe passa.
A repórter viajou a São Paulo a convite da produção.
CIRQUE DU SOLEIL
A partir de 19 de janeiro. Avenida Clóvis Salgado, s/nº (ao lado da
Toca da Raposa I), Pampulha. Bilheteria oficial: Shopping Cidade/piso GG,
Rua Tupis, 337, Centro.
Ingressos:
. 3ª feira, 4ª feira, 5ª feira e domingo (20h) – Setor premium R$
370; setor 1, R$ 340; setor 2, R$ 250; setor 3, R$ 140.
. 6ª-feira e sábado (17h e 21h) e domingo (16h) – Setor premium, R$
395; setor 1,
R$ 360; setor 2, R$ 260; e setor 3, R$ 150.