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                               Foi
                              o primeiro a criar o conceito de salão Unissex na
                              capital mineira 
                                
                              Morreu
                              Nero, cabeleireiro famoso e uma figura
                              carismática e revolucionária, desafiou os
                              padrões sociais e de gênero da década de 1960
                              ao se estabelecer em Belo Horizonte, morreu na
                              segunda, 10/2, após complicações em virtude de
                              uma doença.  
                              Nas
                              redes sociais, amigos e conhecidos lamentaram a
                              morte de Nero em vários posts. O coach espiritual
                              e vidente Rodrigo Tudor disse que tinha
                              grande admiração por Nero e uma amizade de anos.
                              "Mandei uma coroa de flores linda para
                              homenagear ele que é mais uma grande perda para a
                              nossa sociedade", disse. Walkíria
                              La Roche
                              também lamentou a morte de Nero e disse que ele
                              foi um precursor da cultura de shows na noite LGBT
                              de BH.  
                              Sua
                              presença marcante não apenas transformou a cena
                              da beleza, mas também desafiou a normatividade da
                              época. O seu salão na Galeria Ouvidor não era
                              apenas um espaço para cortes de cabelo; era um
                              ponto de encontro vibrante onde as barreiras entre
                              gêneros eram desfeitas, permitindo que homens e
                              mulheres se sentissem livres para expressar sua
                              identidade. 
                              A
                              coragem de Nero em ser autêntico e a sua beleza
                              estonteante atraíam não apenas clientes, mas
                              também curiosos e admiradores. As longas filas
                              que se formavam no corredor da galeria eram uma
                              prova de seu magnetismo e do desejo da sociedade
                              de explorar novas formas de expressão. Ele não
                              só cortava cabelo; ele também cortava as amarras
                              sociais que aprisionavam as pessoas em
                              estereótipos rígidos. 
                              Além
                              do seu talento como cabeleireiro, Nero era um
                              artista completo. Seus shows nas casas noturnas
                              LGBT e em eventos para o público heterossexual
                              mostravam sua versatilidade e a habilidade de se
                              conectar com diferentes audiências. Ele usava a
                              arte como uma forma de resistência, promovendo a
                              aceitação e a celebração da diversidade em um
                              tempo em que isso ainda era um tabu. 
                              Apesar
                              da violência e da perseguição que enfrentou,
                              Nero permaneceu firme em sua missão de confundir
                              e provocar reflexões sobre identidade e gênero.
                              Sua trajetória é um testemunho de resiliência e
                              criatividade, e seu legado continua a inspirar
                              aqueles que buscam liberdade e autoexpressão. Ele
                              não apenas quebrou barreiras, mas também
                              pavimentou o caminho para futuras gerações de
                              artistas e indivíduos que se recusam a se
                              conformar com as expectativas da sociedade. 
                              O
                              reconhecimento que recebeu em 2007, ao ser
                              agraciado com o título de Cidadania Honorária,
                              é um testemunho de sua importância social e
                              cultural na cidade. Nero não apenas ofereceu um
                              espaço seguro em seu salão, que se tornou um
                              ponto de encontro para a comunidade, mas também
                              ajudou a moldar um ambiente onde as pessoas
                              poderiam se expressar livremente,
                              independentemente de gênero ou orientação
                              sexual. 
                              Sua
                              escolha de se identificar no masculino reflete uma
                              postura inclusiva e respeitosa em relação às
                              identidades de gênero, mostrando que ele entendia
                              a complexidade das questões de gênero e estava
                              aberto a diferentes formas de expressão. A
                              contribuição de Nero para a luta e visibilidade
                              LGBT em Belo Horizonte será sempre lembrada e
                              celebrada, deixando um legado que continua a
                              inspirar novas gerações. A comunidade é, de
                              fato, muito devedora a ele por sua coragem,
                              dedicação e amor. 
                                
                                
                                
                                
                                
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