Rio
Sena vira sambódromo,
delegações são escolas de
samba, mas Paris não faz
pacto com Cacique Cobra Coral
e público perde fôlego com
forte chuva
Dois
dos maiores shows da terra
juntos. Assim pode ser
considerada a inédita
abertura dos Jogos de Paris,
no Rio Sena, para mais de 300
mil pessoas. A animação não
é a mesma do Carnaval
brasileiro, e o público
cansou um pouco com o desfile
longo, além da forte chuva.
Mas o que foi visto em Paris
na sexta-feira, 26/7, teve
muito a ver com sambódromo,
escola de samba e união de
povos.
A
comissão de frente já
levantou o publico. A Grécia,
por ser o berço dos Jogos
Olímpicos, abriu o desfile e
agradou a, com o perdão do
trocadilho, gregos e troianos.
Na seqüência, uma
delegação simbólica,
principalmente na França: a
de refugiados, uma das mais
aplaudidas.
Assim
como no Carnaval, o público
não vê uma série de
atrações. Enquanto Lady Gaga
se apresentava em um local,
parte do público só podia
apreciar pelos telões
espalhados pelo sambódromo,
ou melhor, pelo Rio Sena.
Enquanto isso, curtia os
barcos de várias delegações
passando sob seus olhos.
A
animação do casal de
porta-bandeira não é a mesma
do Carnaval. Mas bem que
algumas delegações tiraram
dez nesse quesito. O Brasil,
claro, levou a nota máxima,
com Isaquias Queiroz e Raquel.
Paris
não fez o pacto com Cacique
Cobra Coral, e a chuva apertou
exatamente no momento do
desfile brasileiro. A partir
dali, o público perdeu um
pouco de fôlego e até se
cansou um pouco de aplaudir
cada uma das delegações. Mas
a festa após o desfile fez da
cerimônia uma vitrine de
Paris como poucas cidades
conseguiram na história.
O
enredo da cerimônia podia ter
um título longo, assim como
os de escola de samba. Algo
como "Liberdade,
igualdade e fraternidade - um
passeio revolucionário e
feminista por mais de 200 anos
de república". A
homenagem às mulheres
decapitadas pela revolução
um dos pontos altos.
Apesar
da chuva e de alguns pontos
menos efusivos da
arquibancada, a Acadêmicos de
Paris tirou uma nota 10.
O
final da cerimônia foi uma
apoteose. A escolha da dupla
que acendeu a tocha encheu de
lágrimas os olhos dos
presentes. Um atleta atual -
Teddy Riner, dono de cinco
medalhas olímpicas - e uma
dos maiores nomes da história
do esporte francês:
Marie-José Perec. Em comum,
os dois não nasceram na
França continental, mas em
Guadalupe, um território
ultramarino no Caribe. Para
encerrar, Céline Dion cantou
na Torre Eiffel, em cena que
vai ficar guardada na
memória.
As
cantoras Lady Gaga e Celine
Dion fizeram participações
emocionantes. Os atletas
Zidane e Rafael Nadal também
participaram da cerimônia. As
delegações de alguns países
desfilaram de barco pelo Rio
Sena entre elas a
brasileira.
|