Lula
decreta intervenção na segurança do DF e Moraes decide afastar o
governador Ibaneis Rocha
Ministro
do STF entendeu que governo do DF foi conivente
com golpistas que invadiram e depredaram sedes dos
três poderes
O
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), decidiu na madrugada da
segunda-feira, 9/1, afastar o governador do
Distrito Federal do cargo por 90 dias.
No
domingo, 8/1, as forças de segurança do DF não
contiveram vândalos bolsonaristas que invadiram e
depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o
prédio do STF.
Moraes
tomou a decisão no âmbito do inquérito dos atos
antidemocráticos, do qual é relator, ao analisar
um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
e da Advocacia-Geral da União.
“A
escalada violenta dos atos criminosos resultou na
invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do
Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal,
com depredação do patrimônio público, conforme
amplamente noticiado pela imprensa nacional,
circunstâncias que somente poderiam ocorrer com a
anuência, e até participação efetiva, das
autoridades competentes pela segurança pública e
inteligência, uma vez que a organização das
supostas manifestações era fato notório e
sabido, que foi divulgado pela mídia
brasileira", escreveu Moraes na decisão.
O
ministro afirmou ainda que os ataques aos prédios
e às instituições da República foram
"desprezíveis" e não ficarão impunes.
Mais
cedo o presidente Lula decretou intervenção na
segurança pública do DF por negligência do
governo na segurança pública de Brasília.
Indícios
de irregularidades Entre os indícios apontados
contra Ibaneis, segundo Moraes, estão:
os
terroristas e criminosos foram escoltados por
viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal
até os locais dos crimes;
não
foi apresentada, pela Polícia Militar do Distrito
Federal, a resistência exigida para a gravidade
da situação, havendo notícia, inclusive, de
abandono dos postos por parte de alguns
policiais
parte
do efetivo deslocado para impedir a ocorrência de
atos violentos não adotou as providências
regulares próprias dos órgãos de segurança,
tendo filmado, de forma jocosa e para
entretenimento pessoal, os atos terroristas e
criminosos
Anderson
Torres (secretário de segurança) foi exonerado
do cargo no momento em que os atos terroristas
ainda estavam ocorrendo
Liberação
de ruas e prédios
O
ministro também manda bolsonaristas desocuparem
todas as vias públicas e prédios públicos
estaduais e federais em todo o território
nacional
Apreensão
de ônibus
Moraes
determinou também a apreensão e bloqueio de
todos os ônibus identificados pela Polícia
Federal, que trouxeram os terroristas para o
Distrito Federal. Os proprietários deverão ser
identificados e ouvidos em 48 (quarenta e oito)
horas, apresentando a relação e identificação
de todos os passageiros,
Além
disso, determinou a proibição imediata, até o
dia 31 de janeiro, da entrada de quaisquer ônibus
e caminhões com manifestantes no Distrito
Federal.
A
PRF e a Polícia Federal deverão providenciar o
bloqueio, a imediata apreensão do ônibus e a
oitiva de todos os passageiros.