'Não
tenham medo', diz Mônica Calazans, 1ª pessoa a ser vacinada no
Brasil
Enfermeira
de 54 anos foi imunizada no domingo (17/1) no
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP)
"Falo
com segurança e propriedade, não tenham
medo". A frase é da enfermeira Mônica
Calazans, de 54 anos, primeira pessoa a ser
vacinada no Brasil. A enfermeira foi imunizada
neste domingo (17) no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (USP). O governo de São Paulo aplicou a
primeira dose da CoronaVac após a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
aprovar o uso emergencial da vacina contra a
Covid-19.
Mônica
foi voluntária da terceira fase dos testes
clínicos da CoronaVac realizados no país e tinha
recebido placebo. "Fui muito criticada.
Eu
recebia piadinhas, memes, mas não dei sequer
importância. Me falaram que eu era cobaia de uma
pesquisa de vacina". A enfermeira faz parte
do grupo de risco para a doença, e atua na linha
de frente contra Covid-19 no Instituto de
Infectologia Emílio Ribas.
Ela
mora em Itaquera, na Zona Leste. Mônica atuou
como auxiliar de enfermagem por 26 anos, e se
graduou em Enfermagem aos 47 anos. Viúva, ela
mora com o filho, de 30 anos, e cuida da mãe, que
aos 72 anos vive sozinha em outra casa.
O
segundo a ser vacinado foi o enfermeiro Wilson
Paes de Pádua, de 57 anos, do hospital Vila
Penteado, na Zona Norte. “Estou muito feliz,
acho que nós temos que lutar pela vacina, lutar
pela ciência, para melhorar a saúde e sair dessa
pandemia. Me sinto muito orgulhoso e feliz desse
momento”. Ele contou que perdeu colegas e foi
infectado pela Covid-19 em junho, enquanto atuava
na linha de frente da pandemia.
“Pensei
que ia morrer, tinha momentos que rezei para Deus
pensando que estava partindo”. A terceira pessoa
a ser vacinada no Brasil é a médica geriatra
Fabiana Fonseca, médica pediatra do hospital
Padre Bento, em Guarulhos.
No
evento, foi vacinada a primeira indígena do
país. Vanusa Kaimbé, de 50 anos, é técnica de
enfermagem e assistente social, presidente do
conselho dos indígenas kaimbe do estado de São
Paulo. Ela vive na "aldeia Kaimbé filhos da
terra", em Guarulhos.
“Eu
vim aqui hoje representar a população indígena
e falar a importância da vacina. A vacina salva
vidas. Fui a primeira indígena a ser vacinada e
recomendo para todos os meus parentes”.