Universitário
de 21 anos diz que apanhou dos seguranças sem
motivo algum
Um
estudante universitário de 21 anos procurou a
Polícia Militar (PM), ainda no fim de semana
passado, para registrar um boletim de ocorrência
e denunciar ter sido agredido dentro do Clube
Chalezinho, localizado na região Oeste de
Belo Horizonte. Luiz Gustavo Lanna de Oliveira
diz ter sido espancado dentro do estabelecimento,
na sexta-feira (16.08), por seguranças do
próprio espaço. Ele publicou no Facebook fotos
que mostram diversos hematomas espalhados pelo
corpo. A casa noturna, no entanto, nega a versão
apresentada pelo rapaz e diz que “as medidas
legais cabíveis ao caso estão sendo tomadas”.
Em
entrevista ao site BHAZ,
o estudante explicou que estava na porta do
banheiro feminino junto com um amigo, para esperar
a namorada dele, quando a confusão teve início.
“Nisso chegou um segurança falando que a gente
estava lá para olhar as meninas. A gente
argumentou que estávamos esperando a namorada
desse meu amigo, mas o segurança não acreditou”,
explica.
Após
alguns minutos, a namorada do amigo da vítima
saiu do banheiro e se deparou com o
desentendimento. “Ela perguntou o que estava
acontecendo, e o segurança retrucou dizendo que
ela nem nos conhecia. Tentamos explicar de novo,
continuamos falando, e ele foi bem grosso com a
gente. Não iríamos deixar ele continuar nos
acusando de algo que não fizemos”.
Segundo
Luiz, o segurança queria obrigá-lo a deixar a
casa noturna. Ao resistir, no entanto, o
funcionário chamou outros agentes. “Os
seguranças me puxaram e meu amigo começou a
filmar. Eles começaram a me arrastar, e um dos
seguranças bateu na mão do meu amigo e derrubou
o celular”, explica o estudante, que ainda
relata que os funcionários do Chalezinho apagaram
os vídeos do aparelho telefônico.
Espancamento
Luiz
Gustavo conta que foi levado para um local, dentro
do Chalezinho, que fica depois da cozinha. “Nisso
eles já foram me agredindo, e cai no chão
enquanto eles estavam me arrastando. Eles
continuaram me batendo. O chefe da segurança, em
vez de mandar parar ou me levar para fora, disse
para continuarem com as agressões”.
Ainda
de acordo com o estudante, os seguranças o
mandaram ir embora por trás da boate, pelo
espaço conhecido como Quintal do Chalé. “Saí
por um portão, por uma grade, lá no fundo”,
continua.
“Lá
fora eu liguei para polícia, estava bem nervoso.
Não tinha sentido o que eles tinham feito. A
polícia demorou uma hora mais ou menos para
chegar”, explica. O jovem ainda diz que antes de
dar sua versão para a polícia, outra briga
acontecia do lado de fora, também envolvendo os
seguranças e pessoas que ele não conhecia.
“Fui
até a polícia, expliquei que eu que havia
ligado, mostrei tudo. E falei na frente dos
seguranças isso, que eu tinha apanhado lá
dentro. O segurança simplesmente virou e falou
que eu não apanhei lá dentro, que ninguém tinha
encostado em mim. Ainda falaram que eu estava
envolvido nessa briga lá fora, com os caras que
eu nem sei quem são”, relata. De acordo com a
vítima, os policiais acreditaram na versão do
segurança e não quiseram registrar boletim de
ocorrência no local.
Depois
da confusão, o estudante decidiu ir para casa e
descansar. Um pouco recuperado, ele registrou um
boletim de ocorrência ainda na madrugada de
sábado. “Fiz o exame de corpo de delito
também. Fiquei esses dias calado, porque estava
correndo atrás de tudo. Fiz a postagem já que
ninguém fala nada, e ninguém tem coragem de
postar. Fiz o que achei certo, e vou processar o
Chalezinho”.
Luiz
também conta que a boate não deu nenhuma
explicação a respeito das agressões. “Não
falaram nada, não me pediram. Como eles não
entraram em contato, não quiseram saber, estou
falando com a imprensa”.
A
repercussão da notícia está grande e até o Balanço
Geral fez um reportagem sobre os acontecidos
na quinta, (22.08).
Outro
lado
Por
meio de sua assessoria, o Chalezinho negou que os
seguranças tenham agredido o jovem dentro do
estabelecimento. Ele teria sido expulso do local
por “apresentar um comportamento inadequado
perto do banheiro feminino”.
Ainda
segundo a assessoria da casa noturna, o estudante
foi conduzido ao refeitório, onde pagou a conta e
foi retirado do local. A boate também afirma que
o rapaz estava envolvido em uma briga generalizada
com os seguranças na parte de fora.
Em
nota (leia abaixo na íntegra), o Chalezinho
ainda diz que “as alegações que circulam pelas
redes sociais são inverídicas e de extrema
gravidade” e que “as imagens das câmeras de
segurança estão sendo analisadas e se encontram
a disposição dos envolvidos e das autoridades
competentes”.
Nota
do Clube Chalezinho na íntegra
“O
Clube Chalezinho vem prestar esclarecimento sobre
os fatos ocorridos na manhã do último sábado
(17/08). As alegações que circulam pelas redes
sociais são inverídicas e de extrema gravidade.
Ressalta-se
que todas as medidas legais cabíveis ao caso
estão sendo tomadas, e as imagens das câmeras de
segurança estão sendo analisadas e se encontram
a disposição dos envolvidos e das autoridades
competentes desde o momento em que se tomou
conhecimento dos fatos.
Além
disso, é muito importante salientar o Clube
Chalezinho sempre preza pelo respeito mútuo,
indiscriminadamente, sendo radicalmente contra
todo e qualquer ato de violência ou desrespeito,
dentro e fora de suas dependências.
Atualização
em 22/08: Face aos acontecimentos relatados
pelo cliente Luiz Gustavo Lanna ocorridos na
madrugada do último sábado (17/08), informamos
ter recebido o mesmo em nossa casa dando-lhe
acesso às imagens do circuito interno de TV.
Conseguimos, dessa forma, esclarecer a situação,
reiterando assim nosso compromisso com nossos
clientes e dando por encerrado esse caso.
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