Capítulo
de Liberdade, liberdade mostrou a relação sexual
entre os personagens André e Tolentino
O
capítulo dta terça-feira, (12.07), de Liberdade
liberdade fez história na teledramaturgia
brasileira. Foi ao ar a primeira cena de sexo entre
dois homens no gênero televisivo. Os atores Caio
Blat e Ricardo Pereira estrelaram o
momento. Com delicadeza e sem sexo explícito, a cena
mostrou nu traseiro, troca de carícias, beijos e
abraços. No momento, André visita Tolentino para
consolá-lo, por ter sido humilhado pelo intendente
Rubião (Mateus Solano) devido à fuga de Mão de
Luva. "Meu único amigo é você, André. Um
homem sensível. São coisas que a vida nos
reserva", diz Tolentino. "Você disse que
todos nós temos uma segunda natureza, que às vezes
permanece oculta", complementa. "Mas
não para sempre", responde André. É quando
eles se beijam após longos encontros e desencontros,
tiram as roupas, se abraçam, deitam...
A
expectativa para a primeira cena gay da
teledramaturgia brasileira movimentou a internet e
a audiência de Liberdade, liberdade. No capítulo
de segunda-feira, a novela de Mário Teixeira
registrou média de 26,6 pontos em São Paulo, a
maior audiência desde a estreia. Os bastidores da
cena foram marcados por emoção. A entrega dos
atores Caio Blat e Ricardo Pereira contribuíram
para isso. O diretor Vinicius Coimbra optou por
restringir o número de pessoas da equipe no set
de filmagens, prática adotada em cenas delicadas
ou momentos decisivos de produções. A gravação
durou duas horas e teve o aval do diretor de
Teledramaturgia da Globo, Silvio de Abreu, no
processo de edição.
Assim
que a Globo anunciou a cena, internautas
conservadores criaram campanha de boicote à cena,
o que gerou fortes posicionamentos do elenco,
autor e diretor da novela. "O amor que existe
ali é lindo e traz muito do que a novela defende:
a luta contra o preconceito, contra a
intolerância e pela igualdade entre todas as
pessoas", defendeu Ricardo Tolentino. O ator
Mateus Solano também se posicionou: "Amor x
Igreja... Até quando?".
Nos
capítulos seguintes Tolentino trairá André ao
ser pressionado por Rubião (Mateus Solano).
Gironda (Hanna Romanazzi) denunciará a relação
de André com Tolentino. O coronel se arrependerá
da relação sexual, e passará a viver com
Gironda. "Vi um homem com outro. Um
efeminado, um fanchono! Cometendo um crime! O
pecado da pederastia! Tendo relacões", acusa
a personagem. Na época, a homossexualidade era
considerada crime, passível de enforcamento.
André acaba condenado a forca. Para salvá-lo,
Tolentino matará Gironda, já que a morte do
fidalgo depende do desaparecimento da prostituta.