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Música - O mundo de olho no novo sertanejo de Gusttavo Lima e Michel Teló

 

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 Gusttavo Lima e Michel Teló tornaram-se recordistas de vendas, de downloads e visualizações na internet e começam a fazer sucesso até no exterior

O sertanejo pop, universitário ou novo sertanejo está no topo das listas das músicas mais executadas nas rádios de todo o país, lidera a venda de CDs e DVDs e faz sucesso na internet. Entre os nomes de sucesso, dois se destacam: Gusttavo Lima e Michel Teló. QUEM entrevistou os dois cantores e acompanhou a rotina nada convencional de quem está rodando o país de Norte a Sul, cumprindo a agenda lotada. O assédio das fãs, as histórias de superação e o reconhecimento do trabalho dessas duas novas estrelas da música você confere a seguir.

Aos 22 anos, depois de 13 de estrada, Gusttavo experimenta o sucesso pela primeira vez e comemora ter seu CD e DVD entre os três mais vendidos do país na semana de 8 a 14 de outubro, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), além do estouro do hit Balada – Tche Tche Rere. Em 2012, fará sua primeira turnê internacional, também a primeira viagem para o exterior. “Para quem teve uma vida muito simples, poder ter essa vida agitada é uma conquista”, resume.

Michel Teló ganhou o primeiro Disco de Ouro da carreira neste ano por ter atingido 40 mil cópias do CD Michel Teló – Ao Vivo. Além disso, conquistou fama internacional desde que a nova música, Ai, Se Eu Te Pego, caiu nas graças de craques como Neymar, do Santos, e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, da Espanha. Os atletas repetiram nas comemorações de seus gols a dancinha inventada por Michel no palco. O clipe com a coreografia do cantor é o 15º mais visto do mundo no Youtube, com 40 milhões de visualizações, muitas na Espanha, em Portugal, e na Alemanha. “Ai, Se Eu Te Pego vai me levar para o mundo”, deseja o cantor, que embarca em fevereiro para uma turnê nos Estados Unidos e na Europa.


GUSTTAVO LIMA

Aos 22 anos, Gusttavo Lima já soma 13 anos na estrada, mas só agora sabe o que é sucesso de verdade: o hit Balada, ou Tche Tche Rere, está entre as músicas mais tocadas no país e acumula quase 5 milhões de acessos no Youtube. “Sou um cara da roça”, define-se

Acompanhamos um dia da rotina de Gusttavo Lima, de 22 anos, o cantor sertanejo que acaba de lançar pela Som Livre o terceiro CD e segundo DVD de sua carreira, Gusttavo Lima e Você. No novo trabalho há 12 músicas inéditas, entre elas Balada (de Cássio Sampaio), também conhecida como Tche Tche Rere, que já acumula quase 5 milhões de visualizações no Youtube e está entre as mais tocadas no Brasil. 

Com 28 shows marcados neste mês, ele leva a vida na estrada – e fora dos padrões de alguém de sua idade. “Eu como o que tem onde estou, pode ser um biscoito ou uma refeição. Durmo sempre às 8h, acordo geralmente após a hora do almoço. Moro em Goiânia, mas vivo no mundo, estou há dois meses longe de casa. Assim, nenhuma mulher aguenta”, diz o cantor, bem-humorado. Solteiro há um ano, ele assume ser namorador e não hesita em contar sua tática para conquistar as fãs. “Se o santo bateu, meu irmão, ‘vamo’ pra cima. Geralmente, nem precisa conversar, é só no olhar. Elas vêm para tirar uma foto, eu mando meu produtor conversar. Tenho um cupido”, entrega.

Dois “t”

Gusttavo é o caçula de sete irmãos e aprendeu a gostar de música seguindo a religião católica dos pais, que cantavam nas tradicionais companhias de Folia de Reis. De família humilde, da pequena cidade de Presidente Olegário, no interior de Minas Gerais, o menino foi batizado como Nivaldo pelos pais, Alcino e Sebastiana, mas assumiu o nome artístico de Gusttavo, com dois “t”, ainda pequeno. “Formei uma dupla sertaneja, mas o domínio do nome com um “t” já existia. O povo pensa que é por causa de numerologia, essas coisas, mas não tem frescura, não, sou um cara da roça”, brinca ele, que dá provas da simplicidade no camarim, onde pão de queijo, café na garrafa térmica, queijo branco e goiabada dividem espaço com frutas e chocolate para os fãs, que gritam do lado de fora.

Vida sofrida

Os empresários, os cantores da dupla sertaneja Jorge e Mateus, o descobriram por acaso, em Minas Gerais, mas o caminho antes disso foi bem longo. O cantor saiu de casa ainda criança, para cantar com os irmãos William e Marcelo, que moravam em Brasília. “Aos 9 anos, fui me apresentar em bailes com eles. Passamos por tudo, todas as dificuldades. Não queria fazer sucesso, queria só viver de música, mas não dava. Faltava dinheiro, comida, minha vida foi muito sofrida”, lembra. “Aos 16 anos, pensei em desistir. Queria ver minha mãe, mas não tinha grana e vendi meu violão. Estava disposto a não mexer mais com música”, diz.

Gusttavo se emociona quando lembra de como sua sorte começou a mudar. “Dois anos atrás falei para minha mãe que o único sonho depois da música era voltar a morar com ela, com meu pai. Comer a comidinha caseira, pão com carne moída. Graças a Deus, comprei agora uma casa para eles em Goiânia e eles vão morar comigo.” Além dos pais, o músico está sempre junto do irmão Luciano, que o acompanha nos shows, e da irmã, Roseli, que cuida de suas finanças. “Ela é formada em administração e, quando gasto muito no cartão de crédito, ela briga comigo. Mas ela cuida de mim, compra apartamento, chácara. Às vezes, chego em casa e tem umas dez sacolas de roupa que nem pedi, mas ela sabe que na estrada não posso repetir roupa”, comenta ele, que adora comprar aparelhos eletrônicos, como TV, videogame, iPhone, MP3. “Coisas de menino”, define.

EUA e Europa

Durante a entrevista, Gusttavo não esconde um certo incômodo com o grito das fãs ao fundo. Natural, já que ele tem que falar um pouco mais alto para se fazer ouvir. “Isso (o assédio) é um pouco assustador, de uma hora para outra... Mas tenho experiência, 13 anos de bagagem. Tudo o que passei me ajudou a ter respeito com fã. Se eles me colocaram onde estou, o que custa dar autógrafo, posar para fotos?”, questiona, antes de atender à fila de 60 pessoas em frente ao camarim.

Além do sucesso no Brasil, 2012 reserva uma agenda internacional para Gusttavo. “Quero meu futuro do mesmo jeito que está hoje, estou muito feliz. Há dois anos, não era ninguém, agora tenho turnê fechada nos Estados Unidos em janeiro e na Europa em março. Nunca viajei para fora, primeira viagem internacional, realização enorme. Para quem teve uma vida muito simples, poder ter essa vida agitada é uma conquista.”

 

MICHEL TELÓ

Michel Teló é, aos 30 anos, um dos nomes mais importantes do novo sertanejo. O mais recente hit do cantor, Ai, Se Eu Te Pego, que conquistou fãs famosos como o jogador do Real Madrid Cristiano Ronaldo, é o mais tocado nas rádios do brasil e o 15º vídeo mais visto do mundo no Youtube

Há dois anos, Michel Teló não podia imaginar o sucesso que faria. Antes do show no Villa Country, tradicional casa de espetáculos sertanejos em São Paulo, o artista, atração principal da noite, ele se apresentou na maior área do local: são cerca de 10 mil pessoas. No camarim, o irmão e empresário de Michel, Teófilo Teló, comemora. “Em 2009, fizemos um show aqui, na área pequena”, lembra. “E tivemos que dar os ingressos porque ia sobrar lugar”, conta Michel, que divide a conquista com seus mais de 333 mil seguidores no Twitter. “E hoje estamos voltando no @villacountry grande. E esgotaram os ingressos! Sempre quis escrever isso! #Noooossa!”, tuitou o cantor. O outro irmão, Teotônio, também trabalha com Michel. “Ele é o mais novo, cuida da agenda de shows, de coisas financeiras. Estamos na batalha todos juntos”, diz Michel.

Pela Europa

Aos 30 anos, Michel é um dos mais fortes nomes do novo sertanejo, ou sertanejo pop, ou ainda sertanejo universitário. “A gente tenta continuar o que aprendeu desde pequeno, cada dia com mais força”, diz ele, que também mistura ritmos como forró, samba e até eletromusic ao estilo.

A fama de Michel tem se espalhado desde que a música Ai, Se Eu Te Pego, entre as mais tocadas nas rádios do Brasil, caiu nas graças dos jogadores de futebol Neymar, do Santos, e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, da Espanha. Os atletas repetiram a dancinha feita pelo cantor na comemoração de seus gols recentemente. O clipe com a coreografia inventada pelo cantor é o 15º mais visto do mundo no Youtube, com 40 milhões de visualizações, muitas da Espanha, de Portugal e da Alemanha. “Eu me emocionei muito quando vi esses ícones mundiais dançando a minha música. Ai, Se Eu Te Pego vai me levar para o mundo”, festeja o cantor, que embarca em fevereiro para uma turnê nos Estados Unidos e na Europa.

Vaidoso assumido quando o assunto é seu cabelo, Michel brincou sobre o possível encontro com o craque do Real Madrid. “Dá trabalho arrumar meu cabelo: tenho que secar, passar uma pasta para modelar, depois spray. Vamos ver quem tem o cabelo mais bonito”, diz, rindo. “Meu cabelo é muito fino e liso. Eu pulo muito, suo, tenho que passar alguma coisa para estar sempre gatinho para minhas fãs.”

Favelão

Paranaense criado em Campo Grande (MS), Michel começou a cantar com apenas 12 anos. “Fazia baile de cinco horas no Mato Grosso do Sul. Meu pai sempre me incentivou e acreditou muito em mim, minha mãe também. Imagina, um filho sair de casa nessa idade, viajando, ficavam com o coração apertado, mas nunca deixaram a gente passar nenhuma necessidade. Sempre foi muito ralado, muito suado no sentido do trabalho. Viajávamos de kombi, em um ônibus bem velho que chamávamos de favelão”, lembra ele. “Cheguei a pagar com o dinheiro que tinha para tocar porque tinha que mostrar o trabalho e estar em cima do palco, mexer com música, que é minha paixão”, afirma.

Apesar de cantar desde cedo, Michel não lamenta ter trabalhado na infância. “Desde criança pensava em estudar música, com 14 anos já gravava CD. Infelizmente, tive que deixar o estudo de lado. Todo ano dava um CD para os professores, fazia um agrado para ver se eles tinham dó de mim”, conta o cantor, que hoje lança discos pela gravadora Som Livre.
Filhos

Com 220 shows já feitos neste ano, Michel não volta para casa, em Campo Grande, há muitos meses. “A última vez que estive lá foi em maio, para você ter noção de como o ano está sendo corrido. A gente acaba comprando coisas de que não usufrui”, diz, sobre os ganhos com o trabalho. “Quero ter meus móveis, uma casa na praia, lancha, carro legal, sabe? Penso em ter filhos em breve, não quero demorar muito, não”, fala, sobre a vontade de aumentar a família com a mulher, Ana Carolina, com quem é casado há três anos.

Os dois se conheceram em um show e, apesar de ter sido uma fã de Michel, ela não se preocupa com o assédio em cima do marido. “Chamou minha atenção aquela loira alta com blusa verde-limão. Pedi para o menino da produção levá-la ao camarim e trocamos telefone. Ela está comigo na estrada também, me acompanha e organiza tudo. Ciuminho deve rolar, mas não é aquela coisa de loucura, é de boa. Tem vezes em que ela até se diverte. Passam a mão na bunda, cheiram o cangote”, conta, aos risos.

 

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