Região
deixa de ser cobiçada apenas para moradias de
luxo e se consolida como pólo de entretenimento
O
tradicional e requintado Bairro de Lourdes, conhecido por contar com
o preço médio mais caro para morar em Belo Horizonte, agora
também se consolida como pólo de entretenimento para os exigentes
públicos das classes A e B. A região vai ganhar em julho mais dois
bares voltados para a gastronomia, música e lazer: o Café de La
Musique e a filial da choperia Albano’s. As duas casas vão fazer
coro a outros empreendimentos com conceitos inovadores que também
têm o coração da Zona Sul da capital como endereço, como o
Chiclete com Guaraná, Armazém Medeiros, The Art From Mars e até
mesmo um hotel butique, que se prepara para abrir as portas antes
mesmo da Copa de 2014.
No fim de julho, vai ser inaugurado na Rua Bárbara Heliodora a
franquia do Café de La Musique, que vai ocupar dois andares de uma
área de 550 metros quadrados. "É uma proposta única. Teremos
vários estilos na casa. Cada ambiente vai ser decorado por um
estilista e a roupagem será trocada a cada oito meses”, afirma
Didio Mendes, um dos sócios do negócio, junto com a Novos Ares
Empreendimentos e os empresários André Emrich e Leonardo Ribeiro.
O Café de La Musique vai receber investimentos de R$ 3 milhões e
terá capacidade para 450 pessoas. “Lourdes tem se tornado a
melhor área para a gastronomia e entretenimento em Belo Horizonte.
Nem chegamos a pensar em uma outra região para montar o negócio.
Se não fosse lá, não sei se abriríamos”, afirma Mendes. Erika
Mares Guia, John John Denim e Waldemar Iódice fazem parte do grupo
de estilistas que vai participar da primeira etapa de
"roupagem" dos ambientes.
A
choperia Albanos também inaugura em julho a sua primeira filial em
casa tombada em Lourdes, depois de 14 anos de atuação no Bairro
Anchieta. “Vamos preservar a fachada. Queremos manter a história
de Belo Horizonte e respeitar o entorno do empreendimento, a
vizinhança”, afirma Rodrigo Ferraz, dono da choperia. Ele
considera saudável a concentração de estabelecimentos voltados
para a gastronomia na região. “Quando temos bons negócios em um
único lugar, criamos o hábito de a pessoa sair de casa”, afirma
Ferraz. O gerente operacional do Albanos, Adori Gracia, já treina a
equipe para trabalhar na nova unidade da choperia. Por enquanto, o
tapume da obra esconde os segredos do empreendimento, mas traz histórias
agradáveis aos curiosos que passam na porta, com poemas de Tomás
Antônio Gonzaga (Dirceu) para sua amada Marília.
Em
dezembro do ano passado, a estilista Bárbara Maciel também trouxe
um novo conceito para o Bairro de Lourdes, com a marca Chicletes com
Guaraná. A loja é uma fusão de moda, gastronomia, arte e música.
O andar de cima do empreendimento funciona como loja e embaixo fica
o bar. No local, tudo está à venda, desde as taças aos quadros e
talheres. Em um momento da noite, as vendedoras descem da loja para
apresentar os produtos em uma bandeja à clientela. A casa, em
estilo vintage, preservou vários aspectos na decoração, como a
escadaria antiga e o teto. “Lourdes tem um charme especial, com
sofisticação e elegância. Conseguimos reunir tudo isso lá”,
afirma Bárbara.
E, ao falar dos negócios de gastronomia em Lourdes, o empresário
Allysson Lessa merece destaque. Ele é um dos sócios do grupo Dádiva,
que tem nada menos do que quatro negócios vizinhos na mesma região
e no coração do bairro: o Restaurante Dádiva, o boteco
Tizé, a
Maria de Lourdes Choperia e o japonês Rokkon. Tudo começou com o Dádiva,
de culinária sofisticada, em 2006. Em 2007 foi adquirido o Tizé,
que fica em frente e tem conceito bem diferente, de boteco.
No ano passado, o grupo adquiriu mais um negócio na vizinhança: o
Maria de Lourdes Botequim, que está sendo reformado e transformado
no Maria de Lourdes Choperia, com petiscos mais elaborados. E o
japonês Rokkon, que também fica na redondeza, foi comprado e agora
também faz parte do cardápio do grupo Dádiva. “O cliente pode
ir jantar com a família em um restaurante contemporâneo num dia,
comer comida japonesa noutro e tomar chope com os amigos no
seguinte. Os momentos são diferentes”, observa Lessa. Ele
ressalta que o bairro exige investimentos mais altos. "Mesmo
que for um boteco, o público é exigente. Quer uma casa conceito,
com cadeira confortável e boa cozinha."
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